segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

beija-flor

beija-flor, também conhecido como colibri, cuitelo, chupa-flor, pica-flor, chupa-mel, binga, guanambi, guinumbi, guainumbi e guanumbi[1], é uma ave da família Trochilidae e inclui 108 gêneros. Existem 322 espécies conhecidas. No Brasil, alguns gêneros recebem outros nomes, como os rabos-brancos do gênero Phaethornis ou os bicos-retos do gênero Heliomaster. No sistema classificativo de Sibley & Ahlquist, a família Trochilidae integrava uma ordem própria, a Trochiliformes. Entre as características distintivas do grupo, contam-se o bico alongado, a alimentação à base de néctar, oito pares de costelas, catorze a quinze vértebras cervicais, plumagem iridescente e uma língua extensível e bifurcada. O grupo é originário das Américas e ocorre desde o Alasca à Terra do Fogo. A maioria das espécies é tropical e subtropical e vive entre as latitudes 10ºN e 25ºS. A maior biodiversidade do grupo encontra-se no Brasil e no Equador, que contam com cerca de metade das espécies conhecidas de beija-flor. Os troquilídeos estão ausentes do Velho Mundo, onde o seu nicho ecológico é preenchido pela família Nectariniidae (Passeriformes). Índice [esconder] 1 Características Físicas 2 Comportamento 2.1 Polinização 2.2 Alimentação Artificial 2.3 Reprodução 3 Conservação 4 Referências Culturais 5 Classificação 6 Referências [editar]Características Físicas Os beija-flores são aves de pequeno porte, que medem em média de seis a doze centímetros de comprimento e que pesam de duas a seis gramas. O bico é normalmente longo, mas o formato preciso varia bastante com a espécie e está adaptado ao formato da flor que constitui a base da alimentação de cada tipo de beija-flor. Uma característica comum é a língua bifurcada e extensível, usada para extrair o néctar das flores. O esqueleto e constituição muscular dos beija-flores estão adaptados de forma a permitir um voo rápido e extremamente ágil. São as únicas aves capazes de voar em marcha-ré e de permanecer imóveis no ar. O batimento das asas é muito rápido e as espécies menores podem bater as asas de setenta a oitenta vezes por segundo. Em contraste, as patas dos beija-flores são pequenas demais para a ave caminhar sobre o solo. As fêmeas são, em geral, maiores que os machos, mas apresentam coloração menos intensa. Vivem, em média, doze anos e seu tempo de incubação é de treze a quinze dias. [editar]Comportamento Eupetomena macroura, tesoura. Espécime brasileiro de beija-flor em seu ninho. Tal como a maioria das aves, o sentido do olfato não está muito desenvolvido nos beija-flores; a visão, no entanto, é muito apurada. Além de poderem identificar cores, os beija-flores são dos poucos vertebrados capazes de detectar cores no espectro ultravioleta. A alimentação dos beija-flores é baseada em néctar (cerca de noventa por cento) e artrópodes, em particular moscas, aranhas e formigas. Os beija-flores são poligâmicos. Hylocharis chrysura [editar]Polinização Entre os animais que visitam flores em busca de alimento, os beija-flores são os mais conhecidos, pelos tons metálicos da sua plumagem e a capacidade de visitar flores pairando no ar. Os beija-flores precisam de grandes quantidades de néctar diariamente, para suprir a energia necessária ao seu esvoaçar contínuo. O néctar das flores visitadas por beija-flores é um alimento altamente energético, contendo cerca de vinte por cento de açúcares, sendo que a quantidade de néctar disponível varia com o tamanho e tipo de flor. As flores visitadas por beija-flores em geral são tubulosas e e apresentam cores vivas, com tonalidades que variam do vermelho ao alaranjado. Esse conjunto de cores e formas permite prever que o polinizador de uma determinada flor seja um beija-flor. As flores da sálvia e do cipó-de-são-joão representam bem os tipos visitados por beija-flores. Entretanto, algumas flores polinizadas por essas aves podem ser azuis ou brancas, como as de certos caraguatás. Nesse caso, as brácteas ou alguma outra parte da planta apresentam cor avermelhada, que atrai a atenção dos beija-flores. Alguns beija-flores também buscam néctar em flores que são polinizadas por outros tipos de animais, como abelhas, borboletas ou morcegos. Quando isso ocorre, nem sempre há um ajuste entre o tamanho e o tipo de flor e o tamanho do bico do beija-flor. Quando a flor é grande demais, pode ocorrer a "pilhagem de néctar". Nesse tipo de visita, o beija-flor retira o néctar sem tocar nas partes reprodutivas da planta e, portanto, não realiza a polinização. Beija-flores pequenos, como o besourinho-de-bico-vermelho são pilhadores habituais. Ao visitar as flores em busca de néctar, os beija-flores podem adotar dois modos distintos: estabelecem territórios ou percorrem rotas alimentares. Os dois modos resultam em diferenças na polinização. Quando estabelece território, o beija-flor transporta pólen entre as flores da mesma planta ou de plantas próximas entre si. Já a territorialidade, portanto, resulta em menor número de plantas na polinização. Na ronda alimentar, por outro lado, o beija-flor transporta pólen entre as flores de um maior número de indivíduos, distantes entre si, possibilitando assim maior variabilidade genética. [editar]Alimentação Artificial Clytolaema rubricauda, fêmea do rubi-brasileiro. Beija-flor comum nas áreas de altitude da Serra da Mantiqueira, no Brasil. Aproveitando a grande necessidade que os beija-flores têm de um alimento energético de rápida utilização, como o néctar, que contém carboidratos em concentração variável em torno de quinze a 25 por cento, é possível atraí-los para fontes artificiais de soluções açucaradas, os chamados "bebedouros" para beija-flores. Trata-se de recipientes com corolas artificiais onde é colocada uma solução açucarada cuja concentração recomendada é de vinte por cento. Uma crença, que tudo indica foi iniciada a partir de uma publicação de autoria do naturalista Augusto Ruschi, diz que o uso desses bebedouros pode ocasionar doenças nessas aves, podendo até matá-las. Porém não há, na literatura ornitológica, nenhum trabalho científico comprovando isto. Essa crença tornou-se extremamente difundida na população. A doença à qual Ruschi se referiu seria a candidíase, infecção oportunista causada pelo fungo Candida albicans, que acometeria a boca dos beija-flores. É possível que esse autor tenha de fato observado essa doença em seus beija-flores, mantidos em viveiros, pelo fato de se encontrarem imunodeprimidos pelas próprias condições do cativeiro. Sendo assim, é aconselhável quando se utiliza de tal artifício para atração de beija-flores, por exemplo em jardins ou sacadas, proceder-se aliado à limpeza diária dos bebedouros e à troca da solução açucarada; preparado de preferência com açúcar comum, evitando-se a utilização de mel, açúcar mascavo, e demais preparados caseiros, pois estes possuem uma maior tendência à fermentação. Além disso é contra-indicado o uso da água encanada de rede pública, pois esta usualmente é tratada com compostos de cloro ou flúor em dosagens insignificantes para os humanos mas que nos organismos de aves de pequeno e médio porte caracterizam-se como substâncias acumulativas que prejudicam a saúde destes. Havendo a disponibilidade do alimento artificial, normalmente os beija-flores o procuram complementando, com louvor, seu provimento energético. Esse alimento fornecido auxilia os beija-flores, porém alguns cuidados são necessários. Em áreas com desequilíbrio da vegetação natural ou mesmo em certos períodos do ano, quando há maior escassez de alimento, os beija-flores tendem a se especializar nos bebedouros. A hipótese é que essa fase de especialização pode provocar um desequilíbrio no organismo do animal, debilitando o seu sistema imunológico. Foi observado, principalmente nestes períodos de escassez, um aumento de doenças nestes pássaros, especialmente aquelas provocadas por fungos. Isso provavelmente pode ter origem na carência de alguns nutrientes que normalmente seriam encontrados em fontes naturais de alimento, como o néctar e artrópodes. Estudos demonstraram que com uma pequena adição de sal na dieta líquida houve um aumento na resistência às doenças, tornando-se rara a presença de pássaros enfermos. Desta forma, além da troca diária da calda açucarada, é recomendável o acréscimo de uma pequena pitada de sal comum no preparado, porém evitando-se quantidades excessivas pois quantidades demasiadas de sal prejudicam o metabolismo dos animais. Com relação à limpeza dos bebedouros, outrossim é importante mantê-los longe de insetos como formigas, vespas, baratas, etc. Tais insetos, além de competir pelo alimento com os pássaros, carregam parasitas, especialmente fungos que infectam os bebedouros. Um sinal visível, da infestação por fungos, é o pronto escurecimento do bocal e até pétalas das flores artificiais, logo após a visita dos insetos. Sendo assim é recomendável utilizar modelos de bebedouros que tenham algum dispositivo limitador de formigas, etc., e ao se notar o escurecimento das flores de plásticos, estas devem imediatamente ser esterilizadas com algum composto clorado (destinado a purificar alimentos como verduras, e jamais usar produtos comuns de limpeza) e bem enxaguadas antes de serem reutilizadas. Bebedouro, com discos preenchidos de água no alto e na base, para limitar acesso de insetos. Uma prática condenável é completar o nível dos bebedouros com mais calda. A presença eventual de algum pássaro doente pode contaminar outros beija-flores, através do próprio bebedouro. Dessa maneira, particularmente quando o nível do líquido está próximo do fim, aumenta a concentração de possíveis elementos patogênicos. Ademais, ocorre que no preparado, bactérias rapidamente fermentam o açúcar dissolvido, produzindo-se substâncias nocivas às aves. Em avançado processo de fermentação, é perceptível um característico odor de azedo e, em alguns casos, até um leve aroma alcoólico. Para reduzir todos esses riscos, o procedimento correto é diariamente trocar completamente a água adocicada e higienizar os bebedouros. [editar]Reprodução Leucochloris albicollis, papo-branco. Phaethornis eurynome, rabo-branco-da-mata. Certas espécies, como a Leucochloris albicollis, apreciadora das regiões de altitude da Mata Atlântica, são bastante canoras. O macho, desta espécie, emite um característico e longo trinado para atrair a fêmea e se acasalar. É a fêmea que constrói o ninho e cuida da incubação. Normalmente, dura de dezesseis a dezessete dias a eclosão dos dois ovos, que costumam ter a cor branca. Até os filhotes saírem do ninho, ainda vai um período de vinte a trinta dias nos quais permanecem sendo alimentados pela mãe. O formato do ninho e material de construção varia de espécie para espécie, assim como a dimensão dos ovos. A maioria costuma ter o ninho em forma de tigela utilizando materiais como fibras vegetais, folhas, teias de aranha para dar coesão externa, musgo e líquens. Todos com aparência muito delicada. Chlorostilbon lucidus, verdinho-do-bico-vermelho aninhado. Contudo algumas espécies como a Phaethornis eurynome (rabo-branco-da-mata), típica da Mata Atlântica, constroem o ninho em forma de uma bola ovalada trançada com musgo. Assemelha-se a uma rede pendente, porém presa por um único fio (este com cerca de quinze centímetros) no galho de uma planta a cerca de dois metros de altura em média. Seu ninho é revestido com líquens e sob o calor da incubação, os ovos acabam tingidos por eles. A entrada é pela lateral, próxima à base. Com esta forma, o ninho fica fechado por cima e protegido da chuva. Mas devido ao seu diminuto tamanho, curiosamente a longa cauda da fêmea pende pelo lado externo. [editar]Conservação Duas espécies de beija-flor extinguiram-se no passado recente: esmeralda-de-brace (Chlorostilbon bracei) e esmeralda-de-gould (Chlorostilbon elegans). Das 322 espécies conhecidas, a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais lista nove como "em perigo crítico de extinção", onze como "em perigo" e outras nove como "vulneráveis". As maiores ameaças à preservação do grupo são a destruição, degradação e fragmentação de seus habitat. [editar]Referências Culturais Foto aérea da imagem de beija-flor estilizado nas linhas de Nazca no Peru Os beija-flores estão representados: No brasão de armas e na moeda de um cêntimo de Trinidade e Tobago. Nas linhas de Nazca. Na cédula de um real. No símbolo da Prefeitura Municipal de Betim, em Minas Gerais, no Brasil. Na música Cuitelinho, do folclore do Pantanal mato-grossense. Na música brasileira Ai que Saudade d'Ocê. Na bandeira e no brasão de Santa Teresa, no Espírito Santo, no Brasil. [editar]Classificação Amazilia fimbriata. Garganta-verde em pleno voo. Família Trochilidae Vigors, 1825 Subfamília Phaethornithinae Jardine, 1833 Gênero Ramphodon Lesson, 1830 Gênero Eutoxeres Reichenbach, 1849 Gênero Glaucis Boie, 1831 Gênero Threnetes Gould, 1852 Gênero Anopetia Simon, 1918 Gênero Phaethornis Swainson, 1827 Subfamília Trochilinae Vigors, 1825 Gênero Androdon Gould, 1863 Gênero Doryfera Gould, 1847 Gênero Phaeochroa Gould, 1861 Gênero Campylopterus Swainson, 1827 Gênero Aphantochroa Gould, 1853 Gênero Eupetomena Gould, 1853 Gênero Florisuga Bonaparte, 1850 Gênero Melanotrochilus Deslongchamps, 1879 Gênero Colibri Spix, 1824 Gênero Anthracothorax Boie, 1831 Gênero Topaza G. R. Gray, 1840 Gênero Eulampis Boie, 1831 Gênero Chrysolampis Boie, 1831 Gênero Orthorhyncus Lacépède, 1799 Gênero Klais Reichenbach, 1854 Gênero Stephanoxis Simon, 1897 Gênero Abeillia Bonaparte, 1850 Gênero Lophornis Lesson, 1829 Gênero Discosura Bonaparte, 1850 Gênero Trochilus Linnaeus, 1758 Gênero Chlorestes Reichenbach, 1854 Gênero Chlorostilbon Gould, 1853 Gênero Panterpe Cabanis & Heine, 1860 Gênero Elvira Mulsant, J. Verreaux & E. Verreaux, 1866 Gênero Eupherusa Gould, 1857 Gênero Goethalsia Nelson, 1912 Gênero Goldmania Nelson, 1911 Gênero Cynanthus Swainson, 1827 Gênero Cyanophaia Reichenbach, 1854 Gênero Thalurania Gould, 1848 Gênero Damophila Reichenbach, 1854 Gênero Lepidopyga Reichenbach, 1855 Gênero Hylocharis Boie, 1831 Gênero Chrysuronia Bonaparte, 1850 Gênero Leucochloris Reichenbach, 1854 Gênero Polytmus Brisson, 1760 Gênero Leucippus Bonaparte, 1850 Gênero Taphrospilus Simon, 1910 Gênero Amazilia Lesson, 1843 Gênero Microchera Gould, 1858 Gênero Anthocephala Cabanis & Heine, 1860 Gênero Chalybura Reichenbach, 1854 Gênero Lampornis Swainson, 1827 Gênero Basilinna Boie, 1831 Gênero Lamprolaima Reichenbach, 1854 Gênero Adelomyia Bonaparte, 1854 Gênero Phlogophilus Gould, 1860 Gênero Clytolaema Gould, 1853 Gênero Heliodoxa Gould, 1850 Gênero Eugenes Gould, 1856 Gênero Hylonympha Gould, 1873 Gênero Sternoclyta Gould, 1858 Gênero Urochroa Gould, 1856 Gênero Boissonneaua Reichenbach, 1854 Gênero Aglaeactis Gould, 1848 Gênero Oreotrochilus Gould, 1847 Gênero Lafresnaya Bonaparte, 1850 Gênero Coeligena Lesson, 1833 Gênero Ensifera Lesson, 1843 Gênero Pterophanes Gould, 1849 Gênero Patagona G. R. Gray, 1840 Gênero Sephanoides G. R. Gray, 1840 Gênero Heliangelus Gould, 1848 Gênero Eriocnemis Reichenbach, 1849 Gênero Haplophaedia Simon, 1918 Gênero Urosticte Gould, 1853 Gênero Ocreatus Gould, 1846 Gênero Lesbia Lesson, 1833 Gênero Sappho Reichenbach, 1849 Gênero Polyonymus Heine, 1863 Gênero Ramphomicron Bonaparte, 1850 Gênero Oreonympha Gould, 1869 Gênero Oxypogon Gould, 1848 Gênero Metallura Gould, 1847 Gênero Chalcostigma Reichenbach, 1854 Gênero Opisthoprora Cabanis & Heine, 1860 Gênero Taphrolesbia Simon, 1918 Gênero Aglaiocercus Zimmer, 1930 Gênero Augastes Gould, 1849 Gênero Schistes Gould, 1851 Gênero Heliothryx Boie, 1831 Gênero Heliactin Boie, 1831 Gênero Loddigesia Bonaparte, 1850 Gênero Heliomaster Bonaparte, 1850 Gênero Rhodopis Reichenbach, 1854 Gênero Thaumastura Bonaparte, 1850 Gênero Tilmatura Reichenbach, 1854 Gênero Doricha Reichenbach, 1854 Gênero Calliphlox Boie, 1831 Gênero Microstilbon Todd, 1913 Gênero Calothorax G. R. Gray, 1840 Gênero Mellisuga Brisson, 1760 Gênero Archilochus Reichenbach, 1854 Gênero Calypte Gould, 1856 Gênero Atthis Reichenbach, 1854 Gênero Myrtis Reichenbach, 1854 Gênero Eulidia Mulsant, 1876 Gênero Myrmia Mulsant, 1876 Gênero Chaetocercus G. R. Gray, 1855 Gênero Selasphorus Swainson, 1832 Gênero Stellula Gould, 1861

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