quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
o panda
Panda-gigante
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Panda-gigante
Panda-gigante no Ocean Park Hong Kong.
Estado de conservação
Em perigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Ursidae
Género: Ailuropoda
Espécie: A. melanoleuca
Nome binomial
Ailuropoda melanoleuca
(David, 1869)
Distribuição geográfica
A espécie está distribuída em seis regiões montanhosas da China.
Subespécies
A. m. melanoleuca (David, 1869)
A. m. qinlingensis Wan, Wu & Fang, 2005
A Wikispecies tem informações sobre: Panda-gigante
O panda-gigante ou urso-panda (nome científico: Ailuropoda melanoleuca, do grego: ailuros, gato + poda, pés; e melano, preto + leukos, branco) é um mamífero herbívoro da família Ursidae endêmico da República Popular da China. O focinho curto lembrando um urso de pelúcia, a pelagem preta e branca característica e o jeito pacífico e bonachão o tornam um dos animais mais queridos pela humanidade. Extremamente dócil e tímido, dificilmente ataca o homem, a não ser quando extremamente irritado.
Índice [esconder]
1 Nomenclatura e taxonomia
1.1 Subespécies
2 Distribuição geográfica e habitat
3 Características
4 Dieta e hábitos alimentares
5 Comportamento e ecologia
6 Reprodução
7 Conservação
7.1 Baby boom
8 Aspectos culturais
9 Etimologia
10 Referências
11 Ligações externas
[editar]Nomenclatura e taxonomia
O urso panda foi descrito pelo missionário francês Armand David em 1869 como Ursus melanoleucus.[2] No ano seguinte, Alphonse Milne-Edwards ao examinar o material enviado por David, notou que os caracteres osteológicos e dentários o distinguia dos ursos e o aproximava ao panda-vermelho e aos procionídeos, descrevendo então um novo gênero para a espécie, e recombinando-a para Ailuropoda melanoleuca.[3] No mesmo ano, Paul Gervais concluiu com base num estudo das estruturas intracranianas que o panda era relacionado com os ursos, criando um novo gênero, o Pandarctos.[4] Em 1871, Milne-Edwards acreditando que o gênero Ailuropoda estava pré-ocupado pelo Aeluropoda de Gray, publicado em 1869, propõe o nome Ailuropus. William Henry Flower e Richard Lydekker em 1891 emendam o novo nome de Milne-Edwards para Aeluropus,[5] resultando em uma considerável confusão na literatura subsequente.[6]
A classificação do panda-gigante têm sido objeto de grande controvérsia por muitos anos, principalmente pelas características compartilhadas com o panda-vermelho, como semelhanças nas estruturas craniais, dentárias, viscerais e da genitália externa, assim como a presença do osso sesamoide opositor na mão (falso-dedo).[7] Inicialmente tratado como urso, e posteriormente relacionado com o panda-vermelho e os procionídeos, a espécie sofreu reposicionamento taxonômico diversas vezes no decorrer dos anos. Em 1885, George Jackson Mivart revisou os carnívoros artóideos posicionado tanto o Ailurus como o Ailuropoda na família Procyonidae.[8] Flower e Lydekker 1891, dividiram os gêneros, deixando o Ailurus na Procyonidae e movendo o Ailuropoda para a Ursidae.[5] Em 1895, Herluf Winge relacionou o panda a um gênero extinto, o Agriotherium.[9] Em 1901, Ray Lankester e Richard Lydekker reafirmam o posicionamendo de ambos os gêneros entre os procionídeos, separando-os na subfamília Ailurinae.[10][11] Reginald Innes Pocock em 1921 revisou a Procyonidae, separando os dois gêneros em famílias distintas, Ailuridae e Ailuropodidae.[12] William Gregory, em 1936, ao examinar características craniais e dentárias dos dois pandas e de outros gêneros extintos, retorna os dois gêneros a família Procyonidae.[13] George Gaylord Simpson em sua classificação dos mamíferos de 1945 mantém o posicionamento defendido por Mivart e demais autores que colocam os dois gêneros de pandas entre os procionídeos.[14]
Em 1956, Leone e Wiens analisando proteínas sorológicas concluem que o panda-gigante é um ursídeo.[15] Em 1964, Davis mantém o Ailuropoda entre os ursos, baseado na morfologia geral das espécies.[6] Numa revisão de 1978, a espécie é posicionada na tribo Ailuropodini pertencente a subfamília Agriotheriinae.[7] Erich Thenius, em 1979, ressuscita a família Ailuropodidae para o gênero Ailuropoda.[16] Em 1985, a subfamília Ailuropodinae é arranjada dentro da Ursidae.[17] No mesmo ano, outro autor, volta a relacionar os dois pandas, indicando que os gêneros podem ser arranjados em famílias distintas mas muito próximas ou então na mesma família, a Ailuridae.[18] Em 1993, a segunda edição do Mammals Species of the World posiciona os dois gêneros na subfamília Ailurinae dentro da Ursidae.[19] Mas em 2005, na terceira edição, desfaz o arranjo, elevando o Ailurus a família Ailuridae, e voltando o Ailuropoda a família Ursidae, mas sem reconhecer nenhuma subfamília.[20] Outros autores, entretanto, classificam o gênero na tribo Ailuropodini da subfamília Ursinae,[21][22] ou então na subfamília Ailuropodinae[23]
[editar]Subespécies
Duas subespécies são reconhecidas com base em medidas craniais distintas, padrões de coloração e genética populacional:[24]
Ailuropoda melanoleuca melanoleuca (David, 1869) - ocorre em Sichuan e Gansu, e apresenta o típico contraste preto e branco na coloração.
Ailuropoda melanoleuca qinlingensis Wan, Wu & Fang, 2005 - restrita nas Montanhas Qinling, em Shaanxi, em elevações de 1 300 – 3 000 metros de altitude; apresenta uma coloração contrastante entre marrom escuro e marrom claro; o crânio é menor que na subespécie nominal, e os molares são maiores.
[editar]Distribuição geográfica e habitat
O panda-gigante está confinado ao centro-sul da China. Sua distribuição atual consiste em seis áreas montanhosas isoladas (Minshan, Qinling, Qionglai, Liangshan, Daxiangling, e Xiaoxiangling), nas províncias de Gansu, Shaanxi e Sichuan. O território total que a espécie ocupa é de aproximadamente 30 000 km² entre 102-108,3°E (longitude) e 28,2-34,1°N (latitude),[1] entretanto, somente 20% dessa área (5 900 km²) constitui habitat para o panda.[25]
A espécie originalmente ocorreu em mais regiões ao leste e ao sul da China, com registros fósseis indicando sua presença até o norte de Mianmar e norte do Vietnã, ao sul, e até as proximidades de Pequim, ao norte. Até 1850, o panda era encontrado no leste de Sichuan e nas províncias de Hubei e Hunan. Em 1900, foi restrito as Montanhas Qinling e outras áreas montanhosas no limite do platô tibetano. A rápida expansão da agricultura nos principais vales contribuíram para a fragmentação
Os pandas habitam as florestas temperadas montanhosas com densos bambuzais, principalmente do gênero Sinarundinaria, entre altitudes de 1 200 a 4 100 metros de altitude. A distribuição sobrepõe-se em muito a do urso-negro-asiático (Ursus thibetanus), entretanto, eles não competem entre si, pois as necessidades ecológicas das espécies são diferentes.[1]
[editar]Características
Ficha técnica[26]
Altura 65 - 70 cm
Comprimento 120 - 150 cm
Cauda ~13 cm
Peso 75 - 160 kg
Tamanho de ninhada 1 - 2
Gestação 97 - 163 dias
Desmame 8 - 9 meses
Maturidade sexual 5,5 - 6,5 anos (machos)
Longevidade 34 anos (em cativeiro)
O panda-gigante é um mamífero que come bambu (folhas) de cor preto e branco. A pelagem é grossa e lanosa para suportar as baixas temperaturas no ambiente subalpino em que vive. As manchas oculares, membros, orelhas e uma faixa que atravessa os ombros são negras; alguma vezes com um tom amarronzado.[26] O restante do corpo é branco, mas pode se tornar "encardido" com a idade. A população da região de Qingling apresenta a pelagem em dois tons contrastantes de marrom.[24]
O crânio e a mandíbula são robustos, a crista sagital é bem desenvolvida, e os arcos zigomáticos são expandidos lateralmente e dorsoventralmente, assim como nos demais carnívoros arctóideos. Difere dos outros ursídeos, por apresentar a fissura orbitária confluente com o forame redondo, os processos pós-orbitais são reduzidos, e o canal alisfenóide é ausente. Apresenta o forame intepicondilar, uma características primitiva, somente compartilhada com o Tremarctos ornatus.[7]
[editar]Dieta e hábitos alimentares
Hua Mei, filhote de panda gigante nascido no zoológico de San Diego em 2000.
Apesar de pertencer à ordem dos Carnívoros e ter um sistema digestivo e genético de carnívoro, o panda possui hábitos herbívoros, alimentando-se quase que exclusivamente das folhas de bambus. O panda gigante consume, em média, de 9 a 14kg de bambu por dia [27], mas devido à pouca absorção de nutrientes, característica de seu sistema digestivo ineficiente, ele precisa passar a maior parte do dia comendo e se exercitando pouco.[28] Pandas podem se alimentar de 25 diferentes espécies de bambus, mas a devastação das florestas limitou-os a pouca variedade em lugares mais íngremes, elevados e isolados da Ásia central. As folhas de bambus são ricas em proteínas e os brotos também possuem boa quantidade.[29] Apesar de manterem as presas, garras, capacidade digestiva e força para caçar pequenos mamíferos, aves, peixes e ovos, pandas raramente o fazem.[30] Sua digestão de celulose depende de sua flora intestinal, sendo sua genética desfavorável. [31]
Ainda que o bambu seja rico em água (40% de seu peso, chegando a 90% no caso de brotos), o panda bebe frequentemente água de riachos ou neve derretida.
Em cativeiro sua dieta consiste em bambu, cana-de-açúcar, mingau de arroz, biscoito especial rico em fibras, cenoura, maçã e batata-doce.
[editar]Comportamento e ecologia
Os pandas gigantes são geralmente solitários. Cada adulto tem um território definido e as fêmeas não são tolerantes com outras fêmeas em seu território.[32] Pandas se comunicam através de vocalização e marcam território aranhando árvores e urinando nas suas fronteiras. [33] O panda gigante é capaz de escalar e usar como refúgio árvores ocas ou fendas de rochas, mas não estabelece tocas permanentes. Por esta razão, os pandas não hibernam, o que é semelhante ao hábito de outros mamíferos subtropicais da região, que preferem se deslocar para regiões e altitudes com temperaturas mais quentes.[34] Pandas utilizam mais da memória espacial do que da memória visual. [35]
[editar]Reprodução
Panda Gao Gao do Zoológico de San Diego
A época de reprodução dá-se na Primavera, quando os machos competem pela fêmea fértil. A gestação é em média de 135 dias. Normalmente nascem um ou dois filhotes. Devido à natureza frágil e delicada dos ursinhos, a mãe opta por criar um único filhote. O filhote rejeitado é abandonado à morte. O desmame dá-se com um ano de idade, mas o panda já é capaz de ingerir o bambu em pequenas quantidades desde os seis meses. O intervalo entre as ninhadas é de dois anos ou mais.
Somente 10% dos pandas em cativeiro conseguem cruzar naturalmente. Apenas 30% das fêmeas engravidam. Mais de 60% dos pandas cativos não demonstram qualquer desejo sexual.
A expectativa de vida de um panda é de 13 anos. Em 2005, Basi, uma ursa panda chinesa, comemorou 25 anos de idade, que se comparam a 100 anos humanos. No mesmo ano, o panda criado em cativeiro mais velho do mundo, uma fêmea chamada Meimei, morreu aos 36, equivalentes a 108 anos humanos, no jardim zoológico da cidade de Guilin.
[editar]Conservação
A baixa taxa de natalidade, a alta taxa de mortalidade infantil e a destruição de seu ambiente natural colocam o panda sob ameaça de extinção. A caça não representa problemas devido às rígidas leis chinesas. Em 1995, um fazendeiro foi sentenciado a prisão perpétua por ter atirado em um panda. No ano seguinte, dois homens foram condenados a morte após serem presos portando peles de panda e macaco-dourado. A partir de 1997 passou-se a punir os infratores com uma pena de 20 anos de prisão.
Armadilhas para cervos-almiscarados e ursos-pretos muitas vezes acabam ferindo pandas.
O número de pandas selvagens na China está estimado em 1.596. Em 2000 contavam-se 1.114 exemplares, espalhados por territórios que têm uma superfície total de 23.000 km² nas províncias de Sichuan, Gansu e Shaanxi. Estudos em 2006, baseados em exame de DNA coletado em fezes, indicam que possam haver pelo menos 3.000 animais em liberdade. Existem 183 pandas-gigantes em cativeiro na China, 100 dos quais, estão em um centro especializado em Sichuan. Outros 20 espécimes se encontram distribuídos pelos principais zoológicos do mundo.
Gao Gao, do zoológico de San Diego.
[editar]Baby boom
O ano de 2005 foi considerado um grande ano para os projetos em criação da espécie em cativeiro. 25 filhotes nascidos em zoológicos e centros de reprodução sobreviveram. Em 2004, foram 9 os filhotes sobreviventes.
[editar]Aspectos culturais
Andy Panda, criado por Walter Lantz (o mesmo criador do Pica-Pau), é um personagem de desenho animado.
O primeiro episódio em que aparece o pica-pau é um episódio do Andy Panda:Pica-Pau ataca novamente
O World Wildlife Fund (WWF) adotou o panda como símbolo.
O panda é o animal nacional da República Popular da China.
Panda Antivírus é umas das marcas mais populares de antivírus.
Panda3D é um popular software de Computação gráfica para a criação de jogos.
Canal Panda é um canal de televisão português voltado ao público infanto-juvenil.
Pandarens, guerreiros adeptos da luta corpo-a-corpo e de uma boa bebida, foram inspirados nos pandas são encontrados na expansão de Warcraft III:The Frozen Throne, jogo de computador produzido pela Blizzard Entertainment.
O panda Jing Jing é um dos mascotes dos Jogos Olímpicos de 2008 em Beijing.
O panda Po, do filme Kung Fu Panda, um urso abestalhado e engraçado.
Pandaman,super-herói,personagem secundário dos animes Kinnikuman e One Piece,criado por Eiichiro Oda.
Mestre Yo do desenho Yin Yang Yo!, que diz ser o último panda vivo do mundo.
Em um episódio do desenho Tale Spin da Disney, o urso Balu cai com seu um avião numa cidade habitada por pandas, chamada de Panda-lá (sátira da lendária cidade de Shangri-lá).
Trail of The Panda é um filme live-action apresentado pela Disney, todo filmado na China e que retrata a jornada de um menino órfão, Lu, e seu mais novo melhor amigo, um panda filhote chamado Pang Pang, em busca de sua mãe.
[editar]Etimologia
Da xiong mao (大熊猫), o nome em chinês para o panda, significa grande urso-gato. Pode ser chamado também de huaxiong (urso de faixa), maoxiong (urso felino) ou xiongmao (gato ursino). Registros históricos de 3000 anos ("O Livro de História e o Livro de Canções", a coleção mais antiga da poesia chinesa), o mencionam sob o nome de pi e pixiu. A palavra panda significa algo parecido com "comedor de bambu".
Referências
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